domingo, 18 de julho de 2010

o poema jazz


jazz na bitola do ouvido
em que o desejo se eleva
num misterioso contentamento
e o pobre enternecido
se deixa cair nas profundezas
desse luar
ora cintilante
ora transparente
como o Zeus o pensaria.
jazz é um carnudo
código de comunicações
outros dizem, entre composições,
que são melodias celestes
e o tal pobre constrangido
no silêncio a vapor
fecha os olhos da dor
e sente cada andamento
como seu, mesmo que seja teu.
jazz é um poema perpétuo
balada etéria sem condição
de um corpo fátuo
seja pobre ou não!
paulo afonso ramos

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